quarta-feira, 21 de outubro de 2009

A incrível arte de vender sapatos

Uma crônica bem humorada sobre esta subestimada profissão, sob a ótica de uma jornalista aficcionada por sapatos.

Hoje fui a uma loja de calçados para tentar achar uma sandália com algum salto. Algo que acrescentasse ao menos uns 5 cm aos meus portentosos 1,55m.

Encontrei uma que me pareceu muito confortável e com preço atraente. Como estava com pressa, já fui adiantando: "Olha, eu quero esta aqui ó, preta, 36". E a moça sumiu loja adentro. Depois de quase uns 10 minutos ela volta com três caixas. Logicamente que nenhuma delas continha a minha elegida, preta, 36. Quando eles vêm com duas ou mais caixas, pode esquecer, porque o que você pediu, eles não têm - bingo!

"- Olha, a preta 36 não temos, mas tem esta branquinha, esta amarelimha (tudo no diminutivo!) e a pretinha 37. Quem sabe com uma palmilha?" - Obrigada, moça, eu queria mesmo a preta 36. E palmilha faz o pé suar pra dedéu, Deus me livre!"

Entrei em mais duas lojas e a situação se repetiu, com poucas variações. Pedia a mesma sandália e os vendedores voltavam com pilhas de três metros de caixas, tais quais malabaristas chineses. Claro, sem minha sandália, que suponho, estava a anos-luz daqui, quiçá apenas na fábrica.

Fiquei pensando depois nesta maravilhosa arte do "ah, se não tem tu, vai tu mesmo." Deve haver uma razão para os vendedores agirem assim, provavelmente porque alguns incautos devem acabar desistindo de comprar o que realmente queriam e levar algum outro sapato "empurrado" pelo vendedor.

Agora imaginem isso aplicado em outras áreas do varejo. Na livraria: "Oi, por acaso vocês têm Os irmãos Karamázov? O vendedor volta com dois livros: "- Olha, este não tem, mas tem esta Bíblia e este aqui que é um best seller, da Aparecida Liberato, aquela irmã do Gugu, sabe, sobre numerologia, tá vendendo bem que só… E é grande também, já que você deve gostar de livro grande, pelo jeito…". "Ah, sim, vou levar o da Aparecida, afinal o conteúdo deve ser quase o mesmo."

E como seria a mesma situação em outras situações, vida afora? No trabalho, o seu chefe lhe pede: "Ricardo, traz pra mim aquele relatório que te pedi ontem." Você demora uns quinze minutos e volta esbaforido com três pastas: "Olha, seu Aderbal, aquele relatório não tem, mas tem este aqui que foi feito no mesmo período do ano passado, este outro que é muuuuito similar àquele, apenas houve mudanças na cotação do dólar, que estava a dois pra um àquela altura, e este…"

Nem preciso avançar pra sabermos que isso é exponencial. Eu, por exemplo adoro imaginar-me na redação do jornal e atender ao pedido do chefe de redação nos mesmos termos: "Patrícia, cadê a matéria sobre o Prêmio Nobel de Literatura?" "… Ah, esta não fiz, mas olha que legal essa matéria sobre cachorros hipertensos…"

Agora me digam: por que vendores de sapatos podem agir assim impunemente? (Alguns que vendem roupas também agem assim, mas é mais raro. No ramo dos calçados isso parece ser pré-requisito pra poder trabalha!)

Lutemos pois, pelos mesmos usufrutos dos vendedores de sapatos! Chega de tanto maniqueísmo. Não dá pra ser assim "ou isso ou nada feito", precisamos variar, dar e ter opções.

Alguém aí quer me contratar para vender sapatos?*

  • Antes que algum vendedor de sapatos com pouca presença de espírito venha me atirar pedras, aconselho a entrar no link original de onde copiei o texto e ler os comentários lá deixados...
  • Leitor(a) amigo(a), já esculachararam a autora do texto antes de você - e com tanta propriedade - que não sobraram mais palavras de desagrado que valham a pena ser escritas para criticar este post.
  • Válido também para quem se divertiu com a leitura e quer estender a diversão...

* por Patrícia Köhler, no blog
Cinta Liga.

Socorro, tem um homem de cueca no provador!

Se você ainda não sabe, já desconfiava: homens não costumam gostar de comprar roupas para si. São as mulheres as responsáveis por mais de 50% das compras de roupa masculina - fato já confirmado em dezenas de pesquisas. Um resultado que não parece ser cultural, mas da espéci,pois foi confirmado em dezenas de países, não importando classe econômica ou nível cultural dos pesquisados, contrariando as expectativas alardeadas pelas mudanças de comportamento masculino deste início de século.

E como isso se dá no ambiente das lojas? Nem sempre funciona. Para além das dúvidas e do desperdício de tempo, muitas dessas compras enfrentam problemas na escolha do tamanho e caimento.

Com a proposta de minimizar as trocas e oferecer maior satisfação tanto para quem compra como para quem recebe o produto, uma cadeia de lojas de moda masculina francesa, a Celio inovou com a contratação dos Shoppenboys - garotos das compras, numa mistura de alemão e inglês - já em sua terceira edição.

Os Shoppenboys são um grupo de homens reais - não modelos! - selecionados em concurso (vídeos e fotos enviados pelos concorrentes, ao estilo BBB) e com tipos físicos variados, que passeiam pelas lojas em datas importantes e comerciais, vestindo apenas uma cueca tipo samba canção na cor vermelha (cor principal na logo da marca).

Eles são baixinhos, muito altos, magros, gordos, corcundas, barrigudos... com idade entre 19 e 63 anos e vestem tamanhos que variam de PP (extra pequeno) a XXGG (super extra grande). Nada comparável com uma versão de "Clube das Mulheres". A intenção é auxiliar as clientes femininas, servindo como manequins ao experimentarem as peças que correspondem a morfologia dos seus companheiros e repassando dicas das preferências masculinas. Tudo de forma leve e bem humorada.

O sucesso da ação pode ser explicado por sua simplicidade e por trazer, na sua essência, um conceito muito buscado nos dias de hoje: a aproximação da moda com as pessoas reais, comuns e verdadeiras, sem o falso glamour das passarelas e das fotos de revistas (com corpos surreais, redesenhados com o auxílio luxuoso de muito photoshop).

Desde a primeira aparição dos Shoppenboys, em 2008, na inauguração da nova loja Celio em Nice, no sul da França, a repercussão ultrapassou as expectativas e a empresa decidiu repetir a dose, nas grandes cidades da França, com farto material de propaganda com o tema, inclusive com um divertido calendário de fotos "sensuais" dos rapazes.

    Aplaudo a iniciativa e simpatizo com os meninos - mas não sei o que faria com um calendário destes em casa...

  • As lojas Celio são lídereres no mercado francês de roupa prêt-a-porter masculina. Atuam em 28 países, com 680 lojas.
  • Desde a primeira edição do evento, o número de correspondências solicitando o serviço aumentou exponencialmente, e no momento há estudos de como atender os consumidores sem banalizar a idéia.
  • Mais que isso, não foi só as mulheres que gostaram da iniciativa. Os homens, também insatisfeitos com a pressão da mídia de moda, estão se cadastrando para, voluntariamente, se transformar em um Shoppenboy por um dia.
  • A lista já conta, no momento, com cerca de 900 nomes que desejam protestar contra a ditadura da moda para os corpos masculinos.
  • E tudo isso, na França!
  • Para entender o clima da campanha, vale se divertir assistindo um dos vídeo enviados:
Foi selecionado, sem dúvida!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Dançarinos fazem mudança de loja

Coreografias com manequins e araras chamam atenção para a troca de endereço

Ao invés de lidar com a mudança de endereço como um mero transporte de objetos, a rede de lojas Pompéia (RS) aproveitou a ocasião para criar uma série de mobilizações e divulgar o endereço novo.

Para a reinauguração de uma loja em Novo Hamburgo, dançarinos fizeram o trajeto da antiga para a nova sede. Vestidos de vendedores, aproximadamente 10 artistas dançavam enquanto transportavam caixas, araras e manequins. A música escolhida, Celebration, da banda Kool & the Gang, já foi trilha de algumas propagandas da marca e embalou as coreografias.

  • As fotos são de uma das performances realizadas.

  • Ao longo do dia foram realizadas outras 3 apresentações, todas diferentes.
  • As lojas Pompéia, especializadas em varejo popular (classes C, D e E),nunca deixam de inovar na maneira de se apresentar a seus clientes. Lembram do desfile dentro de um galpão de estocagem de produtos?

* do Portal Use Fashion

Compre responsabilidade

Trabalhadores se aprisionam em baixo de um carrinho de compras gigante, em frente à sede da União Européia

O protesto é para chamar a atenção dos consumidores a questionarem a procedência das mercadorias adquiridas, evitando assim o incentivo indireto ao trabalho escravo na produção dos bens de consumo.

  • Em Bruxelas, na Bélgica, hoje, 19 de outubro.
  • E no cartaz, à esquerda, a pergunta: "O que está por trás das coisas que compramos?"

* vi no Terra.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Lojistas viram modelos em campanha da Nike

Cotidiano dos varejistas é retratado em fotos da coleção de inverno, nos EUA

A nova campanha publicitária Nike SB, divisão mais urbana da grande marca esportiva, não conta com celebridades e nem mesmo com paisagens remotas e cinematográficas. Para divulgar a coleção de inverno 2009 (no hemisfério sul, inverno 2010), a grife fotografou lojistas e donos de skate shops norte-americanos.

Com o mote " Support your local" (apóie seu fornecedor local) a campanha vai de encontro com uma das grandes tendências mundias que vêm formatando o comportamento do novo consumidor, que busca consumir do varejo local e não em grandes redes, uma forma de incentivar o empreendedorismo e não mandar o dinheiro para longe de casa.

E a Nike acerta dois alvos com o mesmo tiro: além de prestigiar os lojistas que fazem com que o produto chegue ao consumidor final, a marca economizou uma boa quantia ao deixar de contratar modelos ou artistas!

  • A campanha da Nike promete ser atualizado a cada temporada, com novas fotos de outras lojas.
  • Apesar da recente inserção no setor de skatewear (em meados de 2005), a Nike SB já supera muitas concorrentes tradicionais quanto à variedade de produtos.
  • A nova coleção, por exemplo, conta com 109 itens, além de ser reforçada mensalmente .
  • E a idéia de escolher lojistas e suas lojas para ilustrarem a campanha publicitária é original: adorei o o jeitão dos rapazes -despojados, cool (viram?, tem até quem asse uma carninha nos fundos, para o almoço!)
  • E os ambientes não ficam atrás: são antiquados, mas tem história - preferíveis (meu ponto de vista!) ao estilão "minimal" mas frio de muitas lojas de materiais esportivos destas bandas...

  • Sem falar na fantástica relação fornecedor/distribuidor estabelecida. Uma forma genial de apoiar proprietários e funcionários que apostaram e investiram na marca ao longo dos anos.

  • É o que podemos chamar de campanha "redondinha": fecha com as mais modernas ideias do marketing, da publicidade e de relações públicas.
  • Com esta, a Nike recebe nota 10 em comunicação!

* fotos do hypebeast. Li no Portal Use Fashion.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Para mulheres com alma de criança

A Shoe Woo é a mais nova loja de calçados femininos de Nova Iorque (aberta em 1 de outubro, na esquina da 59th com Lexington).

Com o slogan "você vai se sentir como uma crinça em uma loja de doces", a Shoe Woo parece mesmo ter sidor planejada por um tipo "Willy Wonka do calçado". A promessa da boutique é a de que, ao entrar, toda mulher se sentirá em uma espécie de "divertida corrida para ser feliz".

O visual interno e a vitrine de estréia não contrariam a afirmação: confira o sapato gigante que emerge da parede roxa e os móveis, que parecem saídos de uma casinha de bonecas, pintados em tom verde lima.

A loja, que também tem filiais em Washington (DC) e Edison (Nova Jersey) buscou na paixão que a maioria das mulheres têm por sapatos a explicação pela estética do excesso, da fantasia e do sonho. Não dá para ficar imune à coluna no meio da loja - um turbilhão de sapatos, sandálias colados em espiral, com gesso e tinta branca. Como um aviso de que ali, o tornado de "O Mágico de Oz" foi congelado, para sempre (será que Dorothy nunca mais poderá voltar para casa?).

  • E a tendencinha de escrever frases na parede parece não ter fim.
  • Na Shoe Woo, a escolhida é atribuída a W. Shakspeare, o que não a torna melhor que as outras.
  • Ou, o quê "ela é linda e, portanto, merece ser cortejada" pode acrescentar de poesia ou informação às nossas vidas?
  • O melhor, para mim, está na vitrine: adorei a mistura de ilustração em preto e branco, recortes com o colorido do manequim. Perfeito!
  • E a saia da manequim, com sapatos na ponta (parecem os de plástico, da Melissa) é a melhor idéia de toda a loja!

* fotos do Racked New York.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

E tem quem saia a passear com seus sapatos...

É o que fez este manequim pink na vitrine da Printemps, Paris. Foto de Anne Corrons, dos Mes Vitrines, feita em 8 de outubro de 2009

Moda infantil: feita para brincar ou para imitar os adultos?

Roupa infantil é negócio de gente grande. No Brasil, essa indústria produz um bilhão de peças por ano e cresce 6%, contra os 5% do mercado adulto. Em 2008, o segmento faturou US$ 4,5 bilhões, ou 15% do mercado total de roupas.

No desfile da coleção Cris Barros Mini, a modelo Carla Lamarca usa mesma estampa e tecido das filhas

Em um momento em que se estudam restrições na publicidade dirigida às crianças, grifes concentram suas estratégias exatamente nesse público. "Há dez anos não valorizávamos a criança como consumidora", diz Dieter Wolsgang Brockhausen, diretor da FIT (Feira Internacional do Setor Infanto Juvenil e Bebê). "Hoje ela é mais autônoma, tem contato social intenso e visualiza as informações mais rápido."

As marcas infantis têm estilos variados. "O que não significa que uma criança já tenha um estilo definido. Suas vontades são resultado de sua interação com o mundo e com o outro. É por esse processo que ela vai, ao longo da vida, optar por uma estética. A criança está sendo assediada a comprar mais e mais, criando um hábito que nem sempre é sadio", diz Maria Ângela Barbato Carneiro, coordenadora do núcleo de cultura e pesquisas do brincar da PUC-SP. "Mesmo que as roupas se enquadrem no mundo de fantasia, a criança não precisa de nada específico para desenvolver sua criatividade: ela pode transformar qualquer pedaço de tecido em uma boa brincadeira", diz Maria Ângela.

Tipo gente grande

Criança adora imitar pai e mãe."É uma forma de se organizar afetivamente", diz Marcos Cezar de Freitas, historiador especializado em educação. Grifes voltadas para os adultos já descobriram isso e lançam linhas infantis inspiradas em looks de gente grande.

Shiloh Jolie-Pitt com a irmã Zahara - vestida de Brad Pitt!

O que faz o sucesso das coleções com cara de mocinha/hominho é o apelo "fashion". As coleções dedicadas aos pequenos também seguem tendências. As meninas saem ganhando em quantidade de modelos, mas os estilistas vêm se empenhando em criar opções descoladas também para eles. O importante é priorizar o conforto, por isso, os modelos são mais larguinhos, às vezes mais compridos, para dar liberdade total de movimento.

Para ele, pólo cor de rosa e bermuda cargo. Para ela, calça sarouel e batinha - como os adultos, mas com conforto

Mas não vale fantasiar totalmente o pequeno de adulto. "Ao se vestir como os pais, a criança passa a adotar os comportamentos dos adultos, o que pode levar a um amadurecimento precoce", diz a pedagoga Maria Ângela Carneiro.

Quero ser princesa! Sou um super herói!

Brincar de faz de conta ajuda as crianças a desenvolver o pensamento simbólico e a criatividade, além de preservar a curiosidade, natural nessa fase. E ser princesa é uma das fantasias preferidas das meninas. Um vestidão digno de cinderela ajuda a compor o personagem - mas não é obrigatório para entrar na brincadeira.

Flagrante de Ana Clara Garmendia nas ruas de Paris - aqui e em todo lugar do mundo, meninas adoram pink!

Não precisa ser uma fantasia de super-herói para que a roupa seja lúdica. "A criança é capaz de transformar tudo em brinquedo, e a sociedade é capaz de transformar tudo em produto. Às vezes,esses dois movimentos se encontram", diz o historiador Marcos Cezar de Freitas. É o caso das peças que imitam bichos ou trazem estampas de personagens do universo infantil: as crianças adoram.

Roupão atoalhado de zebra estilizada, da Santa Paciência

* texto do Suplemento Vitrine, da Folha de São paulo de 10/10/09.Foto 1 e 2 do Petiscos. 3 e 5 da Folha de São Paulo

Área infantil em espaços comerciais estimula o consumo adulto

"Tem criança que pede para os pais virem aqui só por causa do "brinquedão'", conta Anselmo Neves, sócio-proprietário do restaurante Bacalhoeiro, de São Paulo. O "brinquedão" faz parte de uma área reservada para as crianças, com atividades e monitores, e é uma iniciativa crescente entre os empresários, a de oferecer espaços exclusivos para crianças e, assim, atrair e fidelizar clientes adultos.

Segundo Sérgio Santos, consultor empresarial e professor de marketing da pós-graduação da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), a tendência está ligada a um fenômeno social: hoje, os adultos têm cada vez menos tempo para ficar com os filhos. Logo, o estabelecimento que unir adultos e crianças sairá na frente. "O diferencial será proporcionar à clientela fazer duas coisas ao mesmo tempo - estar com o filho e cortar o cabelo, por exemplo", diz Santos.

A criança é um "agente propulsor de consumo"- entretida faz com que a família permaneça por mais tempo no estabelecimento, ressalta Claudio Felisoni de Angelo, presidente do conselho do Provar-FIA (Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração). Assim, 57% das mulheres e 45% dos homens gastam mais quando levam filhos ao supermercado, segundo levantamento realizado no ano passado pelo Provar-FIA em parceria com a Felisoni Consultores Associados. Segundo Angelo, esse resultado também é válido para outros tipos de comércio.

Incluir esse tipo de serviço é fundamental para que os pais possam consumir sossegados enquanto alguém olha os filhos. "A criança de hoje também influencia na decisão de compra e na escolha do programa do casal", acrescenta.

Espaço para criança deve respeitar norma de segurança e ter monitor

Quem pensa em investir nesses espaços não pode esquecer as medidas de segurança. A NBR 14.350, norma de segurança para playgrounds da Associação Brasileira de Normas Técnicas, prescreve o uso de pisos emborrachados amortecedores, alerta José Gilberto Gaspar, proprietário da Instrutoy, de fornecimento e instalação de brinquedos. Maria Angela Barbato Carneiro, professora da Faculdade de Educação da PUC-SP, ressalta que a molecada não deve ficar sozinha - "não se pode fazer do espaço um depósito de crianças. É importante ter monitores não só para cuidar dos pequenos mas principalmente para interagir com eles", destaca.

Distrações vão desde livros até espaço planejado por arquitetos

É possível agradar à criançada com itens simples ou mais audaciosos - depende de quanto se quer e pode investir. Enquanto livros são baratos, um brinquedo múltiplo com escorregador, por exemplo, pode custar até R$ 20 mil.

O restaurante Bacalhoeiro, por exemplo, teve o espaço infantil planejado e equipado por um arquiteto e uma empresa especializada. O local possui brinquedos, fliperama, televisão, cercado acolchoado para bebês e monitoras."Os pais querem sossego durante a refeição e criança não fica quieta na mesa por mais de dez minutos", diz o sócio-proprietário Anselmo Neves.

Para distrair a garotada enquanto os pais tomam café, Marisol Vieitez, dona da cafeteria paulistana Nicecup Café, tem livros, gibis para colorir e gizes. Ela orienta os garçons a dar o material às crianças depois que terminam de comer."Alguns pais falam que aqui é o único lugar que eles frequentam que não é voltado especificamente para crianças", conta Vieitez. Para os clientes mirins, há mesas baixas e pratos e xícaras pequenos, além de porções menores no cardápio.

  • A matéria da Folha de São Paulo ouviu proprietários de restaurantes e cafés, mas o assunto aplica-se para lojas de todo o tipo.

  • Quem é mãe/pai sabe que é mesmo um sossego fazer compras com a certeza que as crianças estão seguras e se divertindo em um espaço criado e pensado especificamente para elas.
  • E as crianças adoram espaços com cadeiras, espelho e provadores com sua altura e com os quais se identifiquem - coloridos, lúdicos e confortáveis!

* texto e foto 1, Folha de São Paulo. Fotos 2,3 e 4 mostram a Livraria Cultura do Conjunto Nacional, na Av. Paulista,SP. As duas últimas imagens mostram a livraria Kids, de Beijing, China. Clique aqui para ver mais fotos - dá vontade de morar lá!

Uma fantástica Fábula

A grife carioca Farm tem uma irmã caçula, A Fábula, com três lojas (duas no Rio de Janeiro, nos Shopping Rio Design Barra e Rio Design Leblon e uma em São Paulo, no Shopping Market Place).

E o que há nas "páginas" da Fábula? Ela é despojada, lúdica, colorida e orgulhosamente brasileira.

Por todo o lado, nos móveis , nas araras e nas paredes, animais da fauna da mata atântica estão presentes, compondo a atmosfera criada pelo arquiteto Marcelo Rosenbaum que conseguiu reunir o melhor da proposta - criar um mundo de fantasias, tornar um sonho em realidade.

Com araras-tamanduás para expôr as roupas, baldes-macacos cheios de acessórios, carrinhos-onças e carrinhos-jacarés pra lá e pra cá, mesas-árvores, cabides-cobras e cabides-borboletas, as lojas também contam com um espaço com livros e um pequeno palco para contar histórias. Em uma das paredes, lê-se uma frase do livro "Quase de verdade", de Clarice Lispector: "Só é verdade no mundo de quem gosta de inventar, como você e eu. O que vou contar também parece coisa de gente, embora se passe no reino em que bichos falam."

Tamanduás com roupas penduradas no nariz, móbiles de morceguinhos e ursos revestidos de chita fazem parte do universo da Fábula

A Fábula apresenta um conceito de produtos com foco totalmente nas consumidoras mirins (a grife é direcionada para meninas entre 1 e 10 anos), criando uma experiência de consumo divertida e mágica. Todas as suas peças exibem estampas exclusivas, além de um design único, assinada pela estilista, e também uma das sócias, Kátia Barros.

Provadores-tenda e o interior, com móbiles no teto

A empresa CO.R Inovação,
especialista no reposicionamento de marcas no mercado treinou a equipe de vendas para que as atendentes não sejam meras vendedoras, mas também contadoras de histórias: todas as vendedoras têm formação em música e artes cênicas, para oferecer às mães e às crianças um atendimento lúdico diferenciado.

  • Moda para gente pequena com conceito de gente grande.

  • O site da marca vale a visita - considero um dos melhores sites de moda que já vi, apesar de preferir a primeira versão - a página foi recentemente reformulada.
  • Prestem atenção na seleção musical que apresenta o melhor da música brasileira em é super democrática: agrada crianças e adultos!

O vendedor de paçoca

"Largo do Machado, Rio de Janeiro, faz muito pouco tempo.

Um rapaz está andando com a namorada quando é interrompido por um vendedor oferecendo paçoca.

- Não, cara. Valeu.

- Esse foi o NÃO mais simpático que ouvi. Deixa eu te oferecer uma paçoca por minha conta.

- Não precisa.

- Agora você vai ter que aceitar, senão retiro o que disse, você terá sido grosso e de nada valeu sua simpatia.

- Ok, aceito. Toma aí 2 reais.

- Não quero. E quer saber? Sua namorada é simpática, tó aqui duas pra ela, de graça.

- Cara, você ta me deixando em uma situação complicada. Aceita esses 5 reais.

- De forma alguma. Se quiser te dou um abraço e só.

O rapaz não tem tempo de se esquivar. Abraço recebido:

- Seguinte, tu quer me ajudar mermo? Se quiser, na moral, eu aceito que você compre uma caixa de polenguinho pra mim vendê. Dá pra tirar mais com polenguinho do que com essas paçocas. Tá vendo essa loja aqui na frente? Compra uma caixa e me traz, assim tu vai me ajudar com meu novo empreendimento, os polenguinho.

- Quanto é a caixa?

- É 20 real.

Então toma aqui 20 prata, velho. Você merece."

  • Moral da história: o rapaz comprou 3 paçocas por R$ 20,00.
  • No Rio você pode comprar 10 por R$ 1,00. Ou seja, cada paçoca custa R$ 0,10.
  • Qual foi a margem dele? pfff..melhor nem fazer as contas (que inveja!)
  • O que importa é: o moço não comprou paçocas, foi Venture Capital de um vendedor audacioso.
  • Quantos assim a gente vê por aí?

* esse post é todinho do Tie Lima. Eu roubei, eu sei. Podia estar trabalhando, criando, levando este blog nas unhas dos dedos... mas não, prefiro deixar o trabalho pesado para quem é mais competente.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Comércio poderá cobrar mais na venda por cartão

O governo vai revogar portaria do Ministério da Fazenda que proíbe a diferenciação de preços nas compras com cartão de crédito ou em dinheiro. A medida faz parte do pacote em estudo no governo para aumentar a concorrência na indústria de cartões.

Segundo apurou o jornal Folha de São Paulo (em 3/10/09), a revogação deve ser adotada antes mesmo de os ministros da Fazenda e da Justiça e o Banco Central acertarem as mudanças que serão baixadas para o setor, classificado pelo governo como "terra de ninguém".

A medida é polêmica e divide os órgãos de defesa do consumidor. O receio é que a revogação da portaria leve a um aumento de preços nas compras com cartão. Quem defende a revogação aposta noutro cenário: redução nos preços à vista e consequente pressão dos lojistas para redução nas taxas cobradas pelas administradoras de cartão.

Para contornar essas divergências, o governo Lula iniciará um trabalho de convencimento dos diversos órgãos regionais de defesa do consumidor para que não haja orientações opostas sobre compras com cartões.

Governo revogará veto à diferenciação de preço segundo forma de pagamento; intenção é baixar custo do uso do cartão

A medida faz parte das mudanças para o setor, que podem incluir quebra de monopólio e terminais eletrônicos compartilhados, além de aumentar a concorrência na indústria de cartões.

Segundo levantamento feito pelo governo, os órgãos de defesa do consumidor do Norte e do Nordeste são os mais resistentes à mudança, reivindicada pelo comércio. Em vários estabelecimentos pelo país, os lojistas já praticam preços diferenciados, com desconto para pagamento em dinheiro. A portaria a ser revogada, de número 118/1994, editada pela Fazenda, diz que "não poderá haver diferença de preços entre transações efetuadas com o uso de cartão de crédito e as que são em cheque e dinheiro".

Assim que a decisão for tomada, o Ministério da Justiça revogará também nota número 103, de 2004, do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, que considera "abusiva" a cobrança de valores diferenciados para o consumidor que opta pelo pagamento em cartão de crédito.O governo mudou de posição por considerar que o contexto econômico é outro. Antes, os comerciantes costumavam cobrar mais caro no cartão para compensar os efeitos inflacionários, já que havia demora no recebimento do dinheiro aos lojistas pelas administradoras de cartão de crédito. Agora, na avaliação de técnicos, essa distorção já não existe mais, com a estabilização da economia. Além disso, o governo busca aumentar a concorrência na indústria de cartão e acredita que essa medida pode estimular a disputa pelo mercado de crédito.

O governo considera que, apesar da revogação da portaria, ainda será necessário assegurar a diferenciação por lei para garantir segurança jurídica. Há interpretações de que o Código de Defesa do Consumidor impede valores diferenciados segundo forma de pagamento.

Outras mudanças

Apesar da falta de consenso no governo em relação às novas regras para o setor de cartões, as áreas técnicas do Banco Central e dos ministérios da Justiça e Fazenda apresentaram cinco propostas de mudanças. Entre elas, segundo nota do BC, estão a quebra do monopólio no credenciamento dos comerciantes, a unificação de sistemas e o estímulo ao compartilhamento dos terminais eletrônicos.

A versão final do estudo, segundo o BC, deve ser publicada nos próximos dias. Ainda não há prazo para a implementação das medidas.

* tudo da Folha de São Paulo, de sábado, 3 de outubro de 2009. Clique aqui para saber o que já foi publicado sobre o assunto.

Cuidado: criança na loja!

Mãe, quero ir embora!

Agoragoragoragora

Dá pra parar de fazer hora?

Agoragoragoragora

Mais outro pouquinho?

Não enrola!

Agoragoragoragora

Já vai, já vai...

É sempre a mesma história!

Agoragoragoragora

Então vou esperar lá fora

Agoragoragoragora

E para de dizer não amola!

Agoragoragoragora

  • Conhece algum pai ou mãe que já não tenham passado por isso?
  • Ou algum vendedor que não tenha presenciado esta cena?
  • Este post foi inspirado por meu filho, que detesta me acompanhar nas compras - a não ser que a loja tenha playground, TV (ligada no canal de desenhos) ou espaço para diversão.
  • E, de preferência, sem funcionários em desespero clamando: "Não mexa nisso!"
  • Caso contrário...é um convite ao crime!
* Poeminha de autoria de Silvana Tavano. Imagem do visualize.us