terça-feira, 31 de março de 2009

Em Manutenção

Como alguns de vocês puderam perceber, o blog esteve paralisado por mais de uma semana. (Quer dizer, esta é a versão "boa moça". A versão drag é: O blog surtou, minha gente!)
Após muito trabalho braçal descobrimos a origem de algumas falhas e reestabelecemos alguma ordem na casa. (Tudo na primeira pessoa do plural, mesmo, porque contei com o auxílio luxuoso do maridón. Eu me encarreguei de oferecer apoio e uma ou outra xícara de café.)
Ainda falta instalar um mecanismo de Pesquisa (Search), corrigir o tamanho das letras e a formatação do texto. Também espero ardententemente reencontrar onde o Blogger escondeu mais de 20 rascunhos de posts - todos super interessantes e imprescindíveis!
Mas já dá para começar a sorrir: as postagens logo, logo reiniciam. Só preciso de um tempinho para secar o suor da testa e as lágrimas do rosto. E que o sedativo comece a fazer efeito (e olha que o veterinário garantiu que era imediato).
Obrigada pela preferência, queridos. Voltem sempre!
  • Se alguém entre vocês souber alguma coisa sobre o Search e os rascunhos perdidos, por favor, DIGA! Meu e-mail é lucienecv@gmail.com

* foto Ray.

quinta-feira, 19 de março de 2009

"Sou um caixa eletrônico"

O blog mantêm o foco no tema consumo de moda mas engata o carrinho de compras em um balcão tortuoso e derrapa no balcão de hortifrutigranjeiros.
Nunca imaginei que traria este assunto para cá, mas a Revista TPM e sua excelente reportagem de capa me estimularam e eu acabei me empolgando com a salada de frutas que saiu. Então, topa descascar essa melancia?
FIM DE FEIRA
O fenômeno das mulheres hortifrúti invadiu a cena brasileira. De costas! Bailarinas e cantoras(sic) de funk remexem seu bumbum-celebridade com entusiasmo. Em seus shows, as mulheres frutas sobem no palco ao som de músicas compostas para elas, espécie de hinos. "Bota o melão para quicar/ Bota o melão para quicar", canta o MC Frank, parceiro da Mulher Melão, acompanhado pela multidão. "O meu lema é este aqui: Solteira sim, sozinha nunca/Sou garota melancia/E rebolo a minha bunda” canta a Mulher Melancia. A coreografia, no caso das duas, acompanha as letras. Melão pula cada vez que ouve a ordem de quicar seus seios. E Melancia levanta a bunda em direção ao público enquanto todos gritam.
E a Mulher Filé (ou Yani de Simone, 19 anos) faz o quê? Pede cartões de crédito para o público, escolhe um e passa o objeto – pasme – no meio de suas nádegas. "Antes eu fazia o pisca-bumbum, que é o movimento de contração das nádegas. Mas comecei a achar muito sem graça e quis dar uma incrementada. O Catra (Mr. Catra, líder da banda e personalidade do funk há 20 anos) sugeriu passar um cartão de crédito e eu achei legal, engraçado", conta. "Gosto da viagem das pessoas. Não tenho vergonha nenhuma, acho superdivertido, sou um caixa eletrônico que, às vezes, engole o cartão!"
Pois Mr. Catra, ao passar o cartão de crédito no bumbum da Mulher Filé, está dando uma imensa contribuição às reflexões sobre a feminilidade contemporânea. Afinal, essa imagem sintetiza, como poucas, o ideal de consumo que sorvemos mensalmente nas páginas das revistas: o corpo turbinado, representação da mulher poderosa, em relação obscena com um cartão de crédito. Nada mais preciso. Para a antropóloga Mirian Goldenberg, especialista em corpo e sensualidade, essas dançarinas-frutas sintetizam a sociedade brasileira: "Nossa cultura sempre valorizou o corpo e a sexualidade como um capital", afirma.
Não sobram dúvidas: é o corpo feminino, sarado, sujeito a toda sorte de intervenções médicas e estéticas, que faz a roda da mídia girar.
  • Ou você continua achando que existe muita diferença entre as mulheres fruta e as übber models que desfilam para a Victoria's Secrets?
  • E a dúvida que me aflige: Como fica o rebolado da Mulher Filé quando topar com um daqueles cartões com chip?
  • Informação inútil: sabia que a Mulher Melão (Renata Frisson) é oriunda (rima com... raimunda) de Balneário Camboriú? E a Mulher Samambaia (Danielle Souza), também.

* texto em itálico, extraído da revista TPM, fevereiro 2009.

Loja em container: loja pop up, loja kamikaze, guerrilha store ou BOMBA!?

Se as tendências, os produtos e os clientes podem ir e vir, porque não as lojas? No varejo, onde quase tudo já foi criado - e amplamente copiado!, esta possibilidade não só é plausível como nem é mais novidade. Primeiro foi a estilista Rei Kawakubo, com sua Comme des Garçons, na Place Vêndome, em Paris. Depois o mundo todo. As mais famosas praças, nas maiores metrópoles, estacionamentos de universidades e até áreas rurais já foram cenário para as pop up store, ou lojas pop up (do termo pipoca - que rapidamente abre, estoura) uma tendência de varejo devidamente apresentada e disseminada pelo trendwatching.com, em 2004.
Este conceito de business de moda virou mania no exterior: japoneses e europeus, por exemplo, já se acostumaram com o lance. Funciona mais ou menos assim: uma marca (ou alguém) abre uma loja temporária, de preferência num lugar inusitado. O resultado é a criação de um hype relâmpago, bem no clima de "consuma antes que acabe!" .
Grandes varejistas costumam usar pop-up stores para gerar frisson ao lançarem novos produtos. Também são uma excelente maneira de "verificar o pulso" dos consumidores e o grau de fidelização à marca. Especialmente porque uma operação desta costuma custar bem menos que comerciais de televisão de grande abrangência (que dragam rios de dinheiro em produção e exibição). Afinal, uma pop up store reúne três dos mandamentos do novo varejo: vão de encontro ao cliente (e não o contarário, como nas lojas físicas); geram "experiência de compra" e "encantam" com a surpresa do inusitado do lugar , com o entretenimento programado (tipo música ao vivo, djs, premiações e o que mais se imaginar), mas especialmente, pela sensação de urgência que uma loja com prazo marcado para fechar incita. Quem de nós nunca se mobilizou com a faixa na vitrine anunciando - Últimos dias. Aproveite! Não à toa que marcas como Nike, Chanel, Puma, Target, Adidas, Uniqlo ou Illy já aderiram à ideia e vez ou outra recorrem ao esquema.
Grandiosidade - Vinte e quatro containeres de navio formam a Puma City, uma loja que também é um prédio de negócios e eventos e que está viajando ao redor do mundo com o navio Il Mostro durante a corrida 2008 Volvo Ocean Race, que começou na Espanha em outubro passado e deve terminar neste ano. O prédio viaja em navios de carga junto com os barcos da corrida e é montado e remontado diversas vezes, sempre que se inicia uma nova largada, em diferentes portos internacionais.
A POLÊMICA
Tudo isso para introduzir a polêmica que está gerando o abertura de uma loja na Av. Brasil (aqui em Balneário Camboriú) que quer funcionar dentro de um container. A Concept Store Container tem uma proposta diferente, segundo seu idealizador, André Krai, que diz ter optado por esse tipo de construção para enaltecer a consciência ecológica da marca- já que tudo que vai vender na loja é ecológico, sustentável e reciclado. "As araras, por exemplo, são feitas de corrimãos de ônibus", diz Krai, que possui outras lojas deste tipo em Gramado e Shangri-lá (RS).

O comerciante vem tentando desde novembro de 2008 liberação para operar a loja, mas seu pedido foi negado pela Prefeitura e pelo Conselho da Cidade por ferir a legislação municipal que rege os estabelecimentos comerciais. De acordo com o que li, o empreendimento não cumpre com o padrão mínimo de área exigida e não contempla lavabos para funcionários e clientes além de área para refeições dos empregados, como prevê a lei.

Além disso, especula-se que a iniciativa poderá estimular um boom de lojas em containers e a instalação de um camelédromo de containers. Como se não bastasse, toda a ação está misturada à denúncias de propina, advogados com envolvimento favorecido pelo resultado das últimas eleições para prefeito e advogados contratados com grau de parentesco e ligados aos vereadores da bancada da situação, na Câmara de Vereadores.

Enquanto isso, o container de André Krai permance fechado na Av. Brasil, no terreno onde antes ficava a casa do ex-prefeito Haroldo Schultz, ao lado da Panificadora Tuty's Pão.

  • É muito problema pra um só container, é ou não é? Melhor lacrar tudo e exportar essa confusão toda!
  • Além disso, pelo que percebi, o conceito de negócio não é o mesmo das lojas pop up, que tem prazo de validade e mobilidade. Ou seja, qual a graça de instalar a loja em um container se a idéia não é movê-la de um lugar para o outro? Deixar um container "encalhado" em uma avenida certamente não é muito auspicioso para nenhum tipo de comércio.
  • BOMBA! foi o nome dado à primeira pop up store brasileira. Durou exatos 100 dias, no Rio de Janeiro. Contava com um marcador sonoro de tempo, no estilo de uma bomba relógio. Virou sinônimo de loja pop up, asssim como loja kamikaze e guerrilha store.

Nas lojas, a nova coleção de sapatos femininos!

        • Dizem que nós, mulheres, falamos demais. Mas sempre haverá um momento de intensa magia, onde palavras não são suficientes para expressar toda nossa emoção!

        * mais das luxuosas ilustrações da francesa Margaux Motin podem ser conferidas aqui. E o que é a música de abertura do site? Simplesmente a música mais linda do meu mundo cantada pela maior cantora do meu mundo... Tem que clicar!

        terça-feira, 17 de março de 2009

        É barato ser fashion!

        No último domigo, 15 de março, a rede de lojas de departamento gaúcha Pompéia apresentou sua coleção de inverno 2009 na sua cidade de origem, Camaquã, no interior do Rio Grande do Sul. O evento, que reuniu cerca de 250 convidados, dá seguimento a várias estratégias depois que a empresa adotou o slogan "É fácil ser fashion", mostrando que moda popular também pode ser antenada. Neste ano, a palestrante foi Gloria Kalil, que falou sobre o mercado brasileiro de moda, o perfil do consumidor e as tendências para o inverno 2009. Segundo ela, as empresas de moda devem dar ao consumidor um meio de mostrar o que ele realmente é. "A roupa hoje é uma expressão individual, diferente de tempos atrás, quando era uma expressão social". Ainda de acordo com Gloria, a imagem de uma marca deve ser bastante clara, para que o consumidor possa se identificar rapidamente com ela. O desfile foi ambientado no centro de distribuição da loja, com stylist de Éden Matarazzo. A coleção investiu no conceito cheap chic (moda acessível), e apresentou cerca de 50 looks para masculino, feminino e infantil. No feminino, destaque para calças saruel, looks de alfaiataria, padronagens xadrez, estampas, bolsas pequenas e médias (em substituição às oversized das últimas temporadas) e botas, muitas botas.
        Para o público masculino, sobreposições, padronagem argyle, alfaiataria, calças com modelagem slim, cangurus e tênis esportivos. Ambas coleções foram baseadas em tons neutros, como cinza, marrom e bege, além do preto. Os looks do infantil trouxeram cores para o frio, casacos, estampas gráficas e galochas.
        • Fundada em 1954 pelo empresário Lins Sperotto Ferrão, na cidade de Camaquã, a Pompéia é considerada uma das maiores redes de lojas de departamento do Rio Grande do Sul, com cerca de 50 lojas em todo o estado e aproximadamente 2500 colaboradores
        • Muito bom o aproveitamento do corredor central do galpão de estoques como passarela para o desfiles; lembrou-me um desfile da linha "cruiser" da Chanel que foi feito em um hangar de aviões. Aplausos do blog para o autor da idéia - e para quem aprovou!
        • Pergunta: quando você vê nos textos termos como cheap chic, oversized, slim, argyle, skinny, clutch ou saruel você tem exata compreensão do que eles significam? Gostaria de ver aqui um dicionário de termos de moda mais comuns ao varejo?

        * texto e fotos do Portal UseFashion

        segunda-feira, 16 de março de 2009

        Crítica de Loja - Renner, C&A, Marisa e Riachuelo *

        O site Chic, administrado pela consultora de moda Gloria Kalil, fez uma série de reportagens sobre as coleções de inverno 09 das lojas de departamento. Foi mais de um mês entrevistando os responsáveis pelo estilo de cada marca, fotografando as peças e visitando algumas unidades da Renner, Riachuelo, Marisa e C&A. O que diferencia uma marca da outra não é o preço – todos muito parecidos, com variações de, no máximo, R$ 10 em produtos semelhantes – nem a informação de moda – as quatro redes têm esquemas idênticos de pesquisa e assinam bureaux de tendências, como o WGSN – aliás, a reportagem teve acesso às indicações feitas pela agência para a estação e confirmou que são as mesmas apresentadas pelas lojas, sem tirar nem por. A principal diferença entre elas está na qualidade e na variedade. Enquanto Renner e C&A apresentam (na maioria das vezes, já que também pode haver pequenas variações dependendo do produto) peças mais bem acabadas e opções para vários estilos, na Riachuelo e na Marisa há menos possibilidades. Fazer a escolha certa não é impossível, mas requer um olhar mais apurado. Na Marisa, por exemplo, chama a atenção a quantidade de tecido sintético usada até para as básicas camisetas brancas. É no masculino, sem dúvida, o ponto fraco de todas as marcas. Renner e Riachuelo se salvam (de leve). A primeira por montar uma coleção pensando em todas as circunstâncias tal qual é feito para as mulheres – há ternos para o trabalho, mas também calças confortáveis para o fim de semana, suéteres neutros para usar por baixo dos paletós ou mais descolados para um look com calça jeans, jaquetas etc. Já na Riachuelo tem a Pool, marca clássica especializada em polos – curinga em todas as lojas – que agrada homens de várias idades. Mas, no dia da visita da reportagem à C&A não havia sequer uma camiseta lisa com decote em V nas araras masculinas. Outro pecado constante é estampar t-shirts e polos para dar um "ar jovem". E foi na Marisa que ficaram claras as dificuldades de um homem antenado. Uma das vendedoras confessou que a maior procura é por calças skinny - que não existem nas lojas de departamento que parecem enxergar os homens apenas como consumidores de jeans largos, camisetas sem graça e camisas idem. No entanto, para as mulheres, é realmente possível montar um look atual apenas comprando nessas lojas – se esse for seu desejo. Apesar de não serem exatamente uma fast-fashion – o tempo entre detectar uma modinha nova e colocar à venda é de até dois meses (apenas a Renner não divulga esse tipo de informação), dá para consumir uma moda rápida e esquecer que a peça precisa durar mais de uma estação (e muitas vezes nem precisa mesmo!). Bom para quem não quer parar de ir às compras nem em tempos de crise, nem deseja abrir mão do estilo. * crítica de loja extraída do Chic, em 16/03/09. Foto do catálogo Renner de março, 2009, "É tempo de Mulher" .

        domingo, 15 de março de 2009

        O marketing deve ir onde o povo está

        Em 2008, quando começou a perceber queda nas vendas de sua loja, a diretora de marketing da Senso Shoes, Carolina Danielian, 27, investiu em idéia ousada. Contratou cinco modelos, vestiu-as com calçados e bolsas produzidos pela firma e pediu que passeassem na frente de duas lojas com sacolas de compras com o logotipo da marca - na hora do almoço e no fim da tarde, usualmente, um horário que percebia um pique nas vendas. Na ação, que durou uma semana, Danielian investiu R$ 10 mil (com cachê das modelos e custos com os produtos desfilados). "As vendas aumentaram 47%", comemora. "O marketing é elementar na crise", ressalta o consultor Marcelo Ortega, também autor do livro "Sucesso em Vendas", que recomenda que o empresário faça as contas e invista ao menos 20% do faturamento em marketing. Ele aplaude a iniciativa da Senso Shoes (que atende lojistas e vende basicamente para atacadistas, na região paulista do Brás)."Não se deve apostar num único caminho, nem mesmo fazer uma ação isolada uma única vez". Para Walmir Bello, do Sebrae, é importante ter estratégias para anunciar e captar novos clientes. Mas avisa, "há um fator que muitos empresários desconsideram: o marketing de relacionamento. Manter contato com clientes é mais barato do que conquistar novos. É uma pena que cadastrar consumidores e suas demandas ainda é uma prática pouco recorrente entre as lojas." * texto extaído do Caderno de Negócios, na Folha de São Paulo deste domingo, 15/03/09. A foto é do Daily Mail de Londres e ilustra uma ação de marketing dos lojistas da Oxford Street, de dezembro de 2008. Modelos passearam nus, cobertos somente por sacolas das lojas associadas, anunciando que o tráfego fecharia para os carros e seria liberado para os pedestres agilizarem suas compras de Natal.

        sábado, 14 de março de 2009

        Consumo, sim!

        Quando pensei neste blog e no seu nome, busquei na net se alguém já havia se apropriado deste título. Descobri gente muito criativa que cunha seus blogs com Clico, logo existo e Rio, Logo Existo ou textos com Google, logo existo um livro que muito honestamente afirma, Como, logo existo. Há na web um Gasto, logo existo, mas exatamente com o título que se lê no topo desta página há um incrível texto de Frei Betto que, além de suscitar reflexão profunda a cada parágrafo, percorre com precisão, curva a curva, todas as voltas que o tema consumismo pode gerar.

        CONSUMO, LOGO EXISTO Ao visitar em agosto a admirável obra social de Carlinhos Brown, no Candeal, em Salvador, ouvi-o contar que na infância, vivida ali na pobreza, ele não conheceu a fome. Havia sempre um pouco de farinha, feijão, frutas e hortaliças. "Quem trouxe a fome foi a geladeira", disse. O eletrodoméstico impôs à família a necessidade do supérfluo: refrigerantes, sorvetes etc. A economia de mercado, centrada no lucro e não nos direitos da população, nos submete ao consumo de símbolos. O valor simbólico da mercadoria figura acima de sua utilidade. Assim, a fome a que se refere Carlinhos Brown é inelutavelmente insaciável. É próprio do humano - e nisso também nos diferenciamos dos animais - manipular o alimento que ingere. A refeição exige preparo, criatividade, e a cozinha é laboratório culinário, como a mesa é missa, no sentido litúrgico. A ingestão de alimentos por um gato ou cachorro é um atavismo desprovido de arte. Entre humanos, comer exige um mínimo de cerimônia: sentar à mesa coberta pela toalha, usar talheres, apresentar os pratos com esmero e, sobretudo, desfrutar da companhia de outros comensais. Trata-se de um ritual que possui rubricas indeléveis. Parece-me desumano comer de pé ou sozinho, retirando o alimento diretamente da panela. Marx já havia se dado conta do peso da geladeira. Nos "Manuscritos econômicos e filosóficos" (1844), ele constata que "o valor que cada um possui aos olhos do outro é o valor de seus respectivos bens. Portanto, em si o homem não tem valor para nós." O capitalismo de tal modo desumaniza que já não somos apenas consumidores, somos também consumidos. As mercadorias que me revestem e os bens simbólicos que me cercam é que determinam meu valor social. Desprovido ou despojado deles, perco o valor, condenado ao mundo ignaro da pobreza e à cultura da exclusão. Para o povo maori da Nova Zelândia cada coisa, e não apenas as pessoas, tem alma. Em comunidades tradicionais de África também se encontra essa interação matéria-espírito. Ora, se dizem a nós que um aborígene cultua uma árvore ou pedra, um totem ou ave, com certeza faremos um olhar de desdém. Mas quantos de nós não cultuam o próprio carro, um determinado vinho guardado na adega, uma jóia? Assim como um objeto se associa a seu dono nas comunidades tribais, na sociedade de consumo o mesmo ocorre sob a sofisticada égide da grife. Não se compra um vestido, compra-se um Gaultier; não se adquire um carro, e sim uma Ferrari; não se bebe um vinho, mas um Château Margaux. A roupa pode ser a mais horrorosa possível, porém se traz a assinatura de um famoso estilista a gata borralheira transforma-se em cinderela... Somos consumidos pelas mercadorias na medida em que essa cultura neoliberal nos faz acreditar que delas emana uma energia que nos cobre como uma bendita unção, a de que pertencemos ao mundo dos eleitos, dos ricos, do poder. Pois a avassaladora indústria do consumismo imprime aos objetos uma aura, um espírito, que nos transfigura quando neles tocamos. E se somos privados desse privilégio, o sentimento de exclusão causa frustração, depressão, infelicidade. Não importa que a pessoa seja imbecil. Revestida de objetos cobiçados, é alçada ao altar dos incensados pela inveja alheia. Ela se torna também objeto, confundida com seus apetrechos e tudo mais que carrega nela mas não é ela: bens, cifrões, cargos etc. Comércio deriva de "com mercê", com troca. Hoje as relações de consumo são desprovidas de troca, impessoais, não mais mediatizadas pelas pessoas. Outrora, a quitanda, o boteco, a mercearia, criavam vínculos entre o vendedor e o comprador, e também constituíam o espaço das relações de vizinhança, como ainda ocorre na feira. Agora o supermercado suprime a presença humana. Lá está a gôndola abarrotada de produtos sedutoramente embalados. Ali, a frustração da falta de convívio é compensada pelo consumo supérfluo. "Nada poderia ser maior que a sedução" - diz Jean Baudrillard - "nem mesmo a ordem que a destrói." E a sedução ganha seu supremo canal na compra pela internet. Sem sair da cadeira o consumidor faz chegar à sua casa todos os produtos que deseja.

        Vou com freqüência a livrarias de shoppings. Ao passar diante das lojas e contemplar os veneráveis objetos de consumo, vendedores se acercam indagando se necessito algo. "Não, obrigado. Estou apenas fazendo um passeio socrático", respondo. Olham-me intrigados. Então explico: Sócrates era um filósofo grego que viveu séculos antes de Cristo. Também gostava de passear pelas ruas comerciais de Atenas. E, assediado por vendedores como vocês, respondia: "Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz."

        • O blog já ultrapassa a marca de 120 postagens e apresenta dois comentários e 1 spam - um exercício um tanto onanista para mim, que não tenho nenhuma vocação para o hedonismo. Mas... vamo que vamo. Passei a vida inteira ouvindo meu pai repetir que sou "do contra". E tanto insistiu nisto que não só ele e meus familiares acreditam, como também eu! Pois agora vão ter que me engolir! Com comments ou não. E como sou teimosa, reativei o ou isto ou aquilo, meu primeiro blog. Não é bem um recém nascido, visto que o criei em 2008, mas digamos que nasceu prematuro e ainda não está bem nutrido. Mas se você passar por lá, pode ver o clipe com a música que Carlinhos Brown criou para o carnaval de 2008 que trata do aquecimento global. É Carlinhos Brown, um artista questionável, concordo, mas o vídeo é uma obra de arte digital. E os meninos adoraram.

        *Frei Betto é frei dominicano, brasileiro e escritor. Foto: obra de Barbara Kruger - i shop therefore i am- fotolitografia em saco de papel, 1990, The Museum of Modern Art (MOMA), New York. A foto do bebê é do adbusters.org

        O Direito de consumir e o consumir direito

        Amanhã, domingo 15/03, comemora-se o Dia Internacional do Consumidor. Considero os direitos do consumidor com importância não só por ser uma consumidora ou por tratar diretamente com eles em minha profissão, mas por entender que estão entrelaçados a outros conceitos de cidadania - os quatro atributos do ser humano, como cidadão, eleitor, contribuinte e consumidor. Somente de posse desses quatro direitos (e deveres) somos completos, íntegros, sujeitos e agentes da história.
        Consumir é uma responsabilidade sem par, porque afeta as relações de trabalho, ecologia e ambiente, relações humanas e empresariais. Comprar um produto ou serviço significa, de alguma maneira, chancelar ou não comportamentos, práticas e decisões.
        Quem compra um tênis fabricado por crianças que deveriam estar na escola, em um país pobre, queira ou não, assina embaixo a exploração daqueles menores de idade. Quem adquire os frutos do combate, do tráfico de drogas, da exploração de subempregados, é coautor desses crimes. Quem se deslumbra com um móvel esculpido em madeira nobre, ameaçada de extinção, que cale a boca antes de falar em defesa do planeta Terra. O mundo globalizado, interligado pela internet, já não admite quem olha para o lado enquanto bandidos corrompem ou dilapidam patrimônios universais.
        O consumidor pode e deve ser consciente. Lembrar-se de que a água é escassa e valiosa demais para substituir a vassoura na limpeza de uma calçada. Que não se jogam sofás, geladeiras e fogões em córregos, em um dia, e depois se lamenta a enchente inesperada de um dia tórrido de verão. Se você é contra a exploração de crianças no mercado de trabalho, informe-se sobre a origem dos produtos que compra. Se acha um absurdo que patrões abusam dos direitos do trabalhador, avalie se vale a pena comprar um produto eletrônico de um país que não respeita esses direitos.
        Vivemos em um mundo em que a hipocrisia não passa mais despercebida aos olhos dos outros. Quem quiser tratamento digno deve agir dignamente em relação aos demais. Um automóvel sem catalisador não polui somente o ar que os outros respiram. Uma gelatina com corante proibido em países desenvolvidos ou excesso de açúcar faz mal para todos, inclusive para nossas crianças.
        Lutar pelos direitos do consumidor não é veleidade, não é atitude xiita, é somente autodefesa. O produto que faz mal para os filhos dos outros também afeta nossos filhos. Você, leitor, leitora, escolhe em que mundo quer viver. Mas já sabe que o bumerangue dos maus atos é rápido e nada sutil. Volta na sua cabeça, dos seus filhos, dos seus entes queridos.
        * texto de Maria Inês Dolci, na Folha de São Paulo, 14/03/09

        sexta-feira, 13 de março de 2009

        Pagar e vender pelo celular? Conheça o Foneshop

        Foneshop é uma solução inovadora desenvolvida pela Redecard para realizar transações via celular, garantindo interação total entre estabelecimentos, emissores e portadores dos cartões de crédito MasterCard® e Diners. Com este aplicativo é possivel realizar transações de crédito via celular. A solução permite aceitar pagamentos com os cartões de crédito MasterCard® e Diners, já que o aplicativo da Redecard é instalado no próprio celular. Ou seja, agora é possível aumentar as vendas, oferecendo mais uma forma de pagamento aos clientes. Tudo isso pelo celular. Além disso, será possivel dividr o pagamento em até 3x sem juros. O recebimento é garantido, pois o valor da venda cai diretamente na conta corrente. Para aceitar pagamentos com os cartões de crédito MasterCard® e Diners pelo celular é preciso se credenciar na Redecard e instalar o aplicativo Foneshop no celular. A instalação do aplicativo Foneshop da Redecard pode ser feita pelo próprio usuário via SMS ou internet (WAP) a partir do celular. Não é nada complicado, como mostra a animação sobre o produto:

        • A notícia é ótima, mas tenho algumas perguntas: é seguro? Os custos compensam? Vendedores autônomos sem documentação (ilegais) poderão se cadastrar? (...) Vou pesquisar e, tão logo tenha a resposta, posto aqui.

        * vi no Redecard.com

        quinta-feira, 12 de março de 2009

        Frase

        "Excesso é sucesso". Roberto Cavalli

        • Quem leu o post sobre a nova loja Cavalli em Paris já sabe que agora o estilista desenha uma coleção para pets - com direito a corner exclusivo para os mimos. São coleiras com muito brilho, sacolas, roupinhas e até um porta passaporte de couro (?). Mas, mas... e esse cachorro vestido em pele de onça? Cavalli não dá ponto sem nó: aposto que seu mais novo lançamento será uma coleção de divãs para tratar a crise existencial que isto causará nos animais...

        terça-feira, 10 de março de 2009

        Levou, usou e não gostou? Pode trocar!

        Isso que é novidade! Além de conhecer os últimos lançamentos e escolher o futuro tênis, quem é fã de corrida tem mais um motivo para visitar as Nike Stores de São Paulo e do Rio de Janeiro: aproveitar o Running Service gratuito.
        Em parceria com o Studio Passo, o serviço oferece avaliação física, assistência completa com profissionais especializados e testes para determinar o tipo de pisada.
        Após esta primeira etapa de avaliação - fundamental para se descobrir o tênis que mais se encaixa ao tipo de pé e uso de cada cliente, vendedores especialmente treinados no universo running prestam esclarecimentos sobre os melhores modelos e produtos.
        Mas o melhor vem agora - o sonho de 10 entre 10 consumidores de calçados: as lojas oferecem um serviço de Try Out - isso mesmo, um teste drive! Após comprar o tênis, o cliente pode testá-lo em suas corridas por até 10 dias e devolver ou trocar por outro, caso não tenha ficado satisfeito. Demais, não?
        A procura está sendo tanta que é preciso agendar horário nas lojas!
        • O Running Service é um programa de assistência gratuita e completa aos corredores, que oferece uma ampla gama de informações (online e nas lojas) sobre corrida, prevenção de lesões nas articulações e as melhores opções de treinamento para cada pessoa; teste para determinar o tipo de pisada (na esteira ergométrica) acompanhado por fisioterapeutas e especialistas em corridas (Running Service) e o Try Out, que é a possibilidade de testar o tênis por 10 dias. A promoção não tem prazo para acabar.
        • Endereços lojas Nike em São Paulo: Nike Store do Shopping Bourbon Pompéia; Nike Store Morumbi Shopping; Nike Store Shopping Higienópolis; Nike Store Oscar Freire; Loja Velocitá Moema. No Rio: Nike Store Shopping Rio-Sul.

        • A revista Isto É desta semana traz reportagem de capa sobre o crescente número de adeptos da corrida no Brasil - que, segundo eles, já se tornou o segundo esporte mais popular do país. Se o seu negócio abrange este mercado, esteja preparado: corredores costumam ser clientes exigentes e informados, exigindo vendedores muito bem treinados! A matéria completa da Isto É está aqui.

        * li no Update or Die

        Frase

        "Não há quase nada no mundo que outra pessoa não possa fazer um pouco pior e vender um pouco mais barato" John Ruskin, escritor inglês (1819 - 1900)
        • Impressiona que ele tenha escrito isto antes da "invasão" chinesa!

        * apesar do comentário, a foto ilustra uma rua de Hong Kong, considerada pelos estrangeiros "The Sea of People City - a cidade que é um mar de pessoas" . Será que eles conhecem a 25 de Março em época de Natal?

        segunda-feira, 9 de março de 2009

        Vai um picolé?

        Com essa onda de calor que assola o país, meus clientes - homens - têm evitado entrar no provador por conta do calor que sentem.
        É bem verdade que muitas mulheres também hesitam um pouquinho,
        mesmo com o ar-condicionado ligado, mas, diferentemente dos homens, não deixam de comprar.
        A solução encontrada por esta loja não parece fazer muita diferença, mas funciona como um bom argumento para não perder a venda. Além de ser prá lá de bem humorada.
        • A loja da foto é a King 55, que fica na Vila Madalena, bairro hype paulistano. Além dos provadores divertidos, a loja é toda decorada com "móveis reciclados": Fiat Uno (dentro da loja!) é usado como expositor e os balcões de atendimento são antigas máquinas de lavar roupas. A King 55 fica na Rua Harmonia, 452. Telefone: 11 30321838.

        * Quer ver com mais detalhes? É só clicar nas fotos que elas aumentam. Na página fica pequeno para que o blog abra mais rapidamente.

        Recall de Havaianas infantis nos EUA

        E agora apareceu até recall de chinelos. E não é qualquer um: a brasileira Alpargatas vai recolher cerca de 210 mil pares infantis de Havaianas nos Estados Unidos, por falha no padrão da pintura.
        Segundo o órgão de defesa do consumidor americano, unidades com pintura decorativa têm nível de chumbo acima do permitido pela legislação deles.

        * li no blog da Lurdete Ertel, no clicrbs.

        Nova loja Cavalli em Paris

        Inaugura amanhã, 9/03, a maior loja de Roberto Cavalli em Paris, na esquina da rua Saint-Honoré com a rua Cambon. No edifício com 3 andares, o primeiro piso será dedicado somente aos acessórios, como bolsas, perfumes, óculos e bijoux. No segundo, as roupas do dia-a-dia (pret-à-porter). No terceiro andar, uma área reservada para os vestidos de noite, um ateliê para roupas feitas sob medida e, surpresa!, a exclusiva linha de lingeries e um espaço destinado para "brinquedinhos sexies" (ui!). Em outra área do mesmo piso ficarão as peças da linha casa, com espaço ainda para uma coleção de produtos para pets. A idéia de vestir os cães com mais estilo, surgiu porque Roberto e sua esposa, Eva, têm vários deles em casa e adoram animais (como também suas peles e as estampas nelas..) CAVALLI CARD

        Além da nova loja de Paris, o estilista italiano (foto) lançou no começo do mês um cartão de crédito da MasterCard. Dá para adivinhar a padronagem? Oncinhas, cobras, zebras e tigresas!

        Quem tiver o Cavalli Card fará parte de um grupo VIP com acesso à vendas especiais, será o primeiro a saber das liquidações e ganhará descontos em pacotes de viagens, shows e em compras de produtos de beleza. O cartão já está disponível em todas as lojas Cavalli no mundo e através do website, desde 1º de março.

        * fotos Wish Report e Petiscos.

        domingo, 8 de março de 2009

        Carmen Steffens troca 300 demissões por redução da jornada e dos salários

        A fábrica calçadista Carmen Steffens, de Franca, desistiu ontem de demitir 300 de seus 1.300 funcionários a partir da próxima segunda-feira após fechar acordo. Os empregados aceitaram reduzir para três dias a jornada de trabalho durante 70 dias, com queda também nos salários, mesmo com o sindicato desaprovando o acordo.
        A empresa anunciou que faria as 300 demissões devido à falta de pedidos. O anúncio foi feito no serviço de som da fábrica. Não houve divulgação de nomes. A situação começou a ser revertida quando parte dos funcionários se reuniu para negociar flexibilização de direitos e jornada.
        Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Calçados de Franca, José Carlos Brigagão, outras empresas devem tentar seguir esse caminho. "É preferível fazer uma flexibilização do que dispensar. "A situação da indústria em Franca é preocupante, segundo Brigagão. Ele afirmou que as fábricas estão sem pedidos e que "o primeiro semestre já está comprometido".
        • Ver o semblante preocupado destas mulheres, no Dia Internacional da Mulher (a notícia é de ontem, mas só li hoje) me faz refletir. As mulheres do mundo nunca mais foram as mesmas após aquele fatídico 8 de março de 1857, onde 130 mulheres foram mortas, carbonizadas, dentro de uma fábrica de tecidos en NY, após greve por melhores condições de trabalho. O mundo mudou, as mulheres se transformaram, nossos homens, filhos e leis se adaptaram. Só os problemas que nos afligem ainda são os mesmos...
        * notícia e foto da Folha Ribeirão, 07/03/09

        sábado, 7 de março de 2009

        "Um passo à frente e você não está mais no mesmo lugar"

        Conheci a história da Ana há um mês, enquanto dividíamos a mesma mesa do café, à tardinha, naquela hora em que a fome se confunde com o desejo de pausa. Ana é gerente da franquia de calçados e acessórios em couro Luz da Lua, que fica em frente à minha loja. Ela também gerencia a Evidencia Acessórios, no Balneário Camboriú Shopping, da mesma rede de lojas. Ana tem 57 anos e foi chamada para gerir estas duas lojas no ano passado, quando estava com 56. Ana não era inexperiente, ao contrário, sempre trabalhou no comércio. Nos últimos 14 anos administrou uma das mais conceitudas rede de lojas voltada ao público infantil. Era o braço direito da proprietária. Ana acreditava que trabalharia na empresa até o fim de sua vida. Mas a inquietação surgiu... No começo Ana julgou que era sinal da idade. Mas, em um curso de aperfeiçoamento, no CDL, vendo toda a empolgação dos jovens colegas, procurou o professor e, em particular, confessou sua insatisfação: ansiava por um novo desafio; precisava se reinventar. Daquela conversa com o professor até iniciar no novo emprego foram 3 meses de ebulição interna. Mas Ana enfrentou. Atreveu-se. E mudou. Assim como as mulheres deste comercial peruano:

        • Saga Falabella é uma das mais importantes cadeias de lojas de departamentos da América do Sul, presente no Peru, Chile, Argentina e Colômbia.
        • Para a trilha sonora do comercial, músicos peruanos interpretaram um trecho de "Verão", das "Quatro Estações" de Vivaldi. O curioso é que na primeira parte do vídeo, as notas foram tocadas de trás para frente, para reforçar o desconforto que o medo causa. A música volta à sua versão original no segundo trecho do comercial, quando acontece a "mudança" (câmbio).
        • Um brinde às empresas que investem em comerciais institucionais deste teor. Bons anúncios não só os que vendem produtos, mas que criam conceitos e encantam o cliente. "Sucesso e vida longa!"
        • A Ana não é uma personagem fictícia. Existe. E é tão confiante que se deixou fotografar sem saber o que exatamente eu pretendia com a foto. Afinal, medo para quê?

        • Este post é uma homenagem às mulheres que vão além de suas limitações e escrevem seu próprio destino.
        • Este post é dedicado à minha mãe, a mulher mais poderosa e a mãe mais generosa do meu mundo.

        * o título do post é a frase que inicia a canção "Um passeio livre", de Chico Science.

        Enquanto isso, em Baln. Camboriú...

        Ajude a redigir este blog: qual o melhor comentário para a foto acima?
        1. Balneário Camboriú sente os efeitos da Obamania
        2. Farmácias da cidade em campanha contra o racismo
        3. Fiscais do Procon e da Secretaria da Saúde municipais em greve
        4. Pesquisadores americanos comprovam que o tempo está mesmo voando: One day agora tem 2 horas de duração!

        * flagrante feito no calçadão de Balneário Camboriú no domingo, 01/03. Sim, eu reparei nos erros de ortografia, mas só depois de rir por 2 horas!

        quinta-feira, 5 de março de 2009

        Especialista diz que tratamento dado ao consumidor é a chave das marcas fortes

        Varejo busca fidelização

        Em razão do frágil momento que a economia global vem passando, muitos empresários do varejo em geral e especialmente de moda têm repensado as maneiras com que atingem seu público-alvo. Reposicionamentos e novas formas de comunicação com o consumidor nunca tiveram tanta força como atualmente.
        Em razão disso e também do "Dia Mundial dos Direitos do Consumidor", comemorado no dia 15 de março, a ACEB (Associação Comercial Empresarial do Brasil) divulgou um comunicado que relembra algumas ações que se ainda não foram devem ser adotadas pelos empresários do setor.
        Segundo Fabrízio Quirino, gestor de comunicação e marketing da ACEB, é a satisfação dos consumidores que gera um resultado positivo para a empresa, qualitativa e quantitativamente. "Nossa tarefa é descobrir a verdadeira expectativa do público-alvo para atingí-lo. Devemos agir como 'detetives da satisfação', pesquisando melhores maneiras a fim de alcançar resultados esperados baseados nos desejos dos consumidores", explica.
        Além disso, Quirino lembra que os consumidores atuam como agentes do marketing empresarial. "Por exemplo, se um produto/serviço o agrada ele irá enaltecê-lo a outras pessoas que por sua vez ficarão curiosas para conhecer ou talvez utilizá-los. Assim, conseguiremos manter o mercado aquecido", acrescenta.
        A qualidade no atendimento também é ressaltada por ele, pois faz com que o consumidor sinta-se parte integrante da organização e seja fiel aos produtos e serviços oferecidos. "Mas isso só é obtido quando é feita a avaliação das necessidades do consumidor e quando é observada a oportunidade de supri-las".
        O resultado final para ele é uma imagem bem construída. "Desta forma, temos a chave para fazer com que os produtos e serviços estejam entre os melhores do mercado", finaliza o gestor de comunicação e marketing.

        • Até aqui, nenhuma novidade... O que me incomoda é por que é sempre tão difícil manter um bom padrão de atendimento? Por que é tão difícil para os vendedore(a)s (incluem-se aí muitos proprietários e seus gerentes) iniciar uma negociação com o que há de mais básico nas vendas - o sorriso?

        * li no Portal Use Fahion

        quarta-feira, 4 de março de 2009

        Criança, a alma do negócio

        Virou documentário aquilo que todo pai, mãe, irmão ou quem convive com criança sabe: as crianças são responsáveis por uma fatia enorme do mercado. Crianças, consumismo, publicidade dirigida ao público infantil, a pressão da indústria da estética sobre as meninas - tudo isso está no documentário "Criança, A Alma do Negócio", de Estela Renner e Marcos Nisti. O documentário que está no YouTube (dividido em 5 partes + Créditos) mostra depoimentos das crianças, dos pais e de especialistas. Alguns trechos são impactantes - a rapidez com que os garotos reconhecem logomarcas de fabricantes de celular ou operadoras de telefonia. A menina que não sabe o que é um pimentão, mas conhece um pacote de salgadinhos... Confira o trailer abaixo... para ver e pensar, pensar e pensar.

        • "Criança, a alma do negócio" foi lançado durante o 2º Fórum Internacional Criança e Consumo, em setembro de 2008, em São Paulo.
        • Para assistir o documentário na íntegra, tem aqui uma versão on-line.
        • Para saber mais sobre o filme, esta entrevista com a diretora Estela Renner é a minha dica.

        * via Coruja[parenting]

        Cartilha do consumidor

        A inadimplência é uma espécie de ralo onde escoa boa parte dos lucros do comércio. E cliente endividado significa problema, não só para o credor. São frequentes os casos de stress e desatenção no trabalho, desenvolvimento de doenças nervosas e psicossomáticas e desordens na esfera familiar.
        A Associação Brasileira dos Consumidores e Mutuários (Abcom) lançou uma cartilha exclusiva relacionada ao assunto. Segundo dados da entidade, dos 180 milhões de brasileiros, pelo menos 18 milhões estão devendo uma ou mais parcelas de algum tipo de contrato. O lançamento da cartilha faz parte das atividades relacionadas ao Dia Internacional do Consumidor, celebrado em 15 de março.
        De acordo com o presidente da Abcom, Lyncoln Hebert da Silva, a saída, aos devedores, é sempre tentar buscar o parcelamento da dívida ou obter desconto em multas ou juros pelo atraso. "Aconselho sempre, muita calma nesta hora. Em situações de crise, as chances de obter uma negociação são maiores, já que o dinheiro está escasso e as empresas preferem perder um pouco a deixar de receber", salienta.
        Na cartilha, que está disponível, gratuitamente, no site da Abcom, é possível encontrar dicas de planejamento para saldar dívidas, como, por exemplo, separar, conforme a renda mensal, um valor para quitar as dívidas, iniciando pelas referentes ao cartão de crédito, que são, geralmente, as de juros mais elevados
        OUTRAS DICAS DA CARTILHA
        Em tempos de crise financeira, alta no dólar e instabilidade no mercado econômico, o diretor da Associação Brasileira dos Consumidores e Mutuários (Abcom) de Presidente Prudente, Lyncoln Hebert da Silva, alerta os clientes sobre os "perigos ocultos" na compra de produtos em liquidação.
        De acordo com Silva, este é o momento onde o consumidor está mais vulnerável para efetuar uma compra compulsória. "O lojista sabe disso e prepara vários atrativos para induzir o consumidor a efetuar diversas compras. É uma espécie de armadilha", diz ele. "Antes da compra, é essencial que a pessoa faça uma pesquisa de preços. Não se deixe impressionar com as facilidades que o fornecedor oferece e, nas compras a prazo, não deve apegar-se apenas ao valor das parcelas, mas sim analisar o valor total da compra. É fundamental não comprar por impulso", orienta o diretor da Abcom.
        Ele também diz que, em liquidações, é sempre preferível comprar à vista, em dinheiro e ter a oportunidade de negociar descontos com a loja. "O que importa é o preço final do produto e não o tamanho do percentual do desconto", explica.
        Quanto às propagandas e folhetos com preços de produtos, aconselha a guardar todo o material publicitário, para ter argumento e prova no caso de propaganda enganosa, como, por exemplo, se o cliente chegar à loja e o fornecedor dizer que o produto em oferta acabou e lhe oferecer outro. Caso não esteja identificado na publicidade que o estoque é limitado, a loja é obrigada a fornecer o produto no preço anunciado.
        Já em relação às trocas, esclarece, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor, o direito de troca só é assegurado em caso de defeito na mercadoria. "Se o presente não agradou, não serviu ou não era bem da cor esperada, o jeito é contar com a boa vontade da loja. Mas o lojista não pode criar condições abusivas para a troca de mercadoria, como impor dia e hora para isto" , diz Lyncoln Silva. "Já na compra de eletrônicos ou eletrodomésticos, o cliente tem o direito de testar a mercadoria antes de levá-la", pontua.
        E finaliza, "o preço à vista e no cartão de crédito são a mesma coisa. O lojista não pode diferenciar os valores de acordo com a forma de pagamento, sendo em dinheiro, cartão ou cheque à vista".

        Comércio aquecido!

        Pelo menos um segmento do varejo está ganhando com essa onda de calor: os que vendem ventiladores e ar-condicionados. Segundo reportagem do Jornal do Almoço, da Globo, nesta quarta (04/02), desde que começou a onda de calor, só uma loja de eletrodomésticos em Campinas, SP, vende um ventilador a cada 10 minutos! Em outra (que parecia ser o Extra) as vendas deses produtos aumentaram 10 vezes em relação ao ano passado, de 6 unidades por dia, passou a 60!

        Verão quente!

        Segundo a previsão do tempo, a onda de calor ainda se mantém por três dias, ou seja, força no ar-condicionado. Porque, como me contou uma cliente ainda ontem: "Nestes dias de calor eu passo nas ruas e verifico o clima dentro das lojas - se está fresco eu entro e fico por alguns minutos, o suficiente para poder me refrescar e enfrentar a rua de novo. Só que nessas, sempre acabo comprando uma coisinha ou outra - depende do produto e do vendedor!"